Feriados nacionais em 2024 podem causar perdas de R$ 321,5 milhões ao varejo da região de Araçatuba

Feriados nacionais em 2024 podem causar perdas de R$ 321,5 milhões ao varejo da região de Araçatuba

Valor estimado é 4% menor do que o projetado para o ano passado, de acordo com cálculos da FecomercioSP

 Os feriados nacionais e as pontes deste ano podem ocasionar, ao comércio varejista da região de Araçatuba, um prejuízo total de R$ 321,5 milhões — valor 4% menor do que o previsto em 2023, conforme tabela abaixo. O principal motivo para o impacto menor é que, neste ano, quatro feriados cairão em fins de semana, trazendo também o número de “pontes”. A estimativa é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As cinco atividades comprovadas, apenas as lojas de vestuário, tecidos e calçados devem registrar aumento das perdas em comparação a 2023, com uma alta de 27,1%, ao atingir prejuízo de R$ 40,7 milhões. Entre os possíveis fatores que explicam esse resultado, estão as elevadas taxas de crescimento do faturamento do segmento, o que resulta em aumento na mídia diária de vendas — e, assim, mesmo com menos feriados em dias úteis, o volume de perdas acaba crescendo.

Por outro lado, a retração das lojas de móveis e decoração deve ser de 61,3%, ficando próxima dos R$ 100 mil. Essa queda significativa pode ser justificada pelo fato dessa atividade apresentar o menor faturamento, de maneira que é comum que ocorram grandes variações porcentuais. Em números absolutos, a maior redução deve ser observada no grupo de outras atividades, em que predomina a venda de combustíveis, ao passar de uma redução estimada em R$ 121,2 milhões, em 2023, para R$ 110,4 milhões, em 2024.

As perdas dos supermercados deverão passar de R$ 133,7 milhões, em 2023, para R$ 123,8 milhões, neste ano, uma queda de 7,4%. Já as farmácias e perfumarias devem indicar um decréscimo de R$ 46,6 milhões, montante 2,9% menor do que o projetado no ano passado.

 ESTUDO A FECOMERCIO-SP

O estudo da FecomercioSP tem como objetivo mensurar uma possível redução de movimento no comércio varejista, considerando um desempenho médio sem observar características sazonais e regionais. Os cálculos levam em conta uma perda parcial nas vendas no dia, e não a totalidade.

O objetivo do estudo não é mensurar a transferência de renda. É evidente que, durante feriados e pontes, as famílias gastam mais com atividades do setor de Serviços, como transporte, bares e restaurantes. Isto é, se de alguma forma o Comércio pode ser prejudicado, o Turismo, por exemplo, ganha fôlego nesses períodos.

Considerando que a expectativa da FecomercioSP é de que o varejo da região de Araçatuba tenha faturado R$ 18,6 bilhões em 2023, o prejuízo de R$ 321,5 milhões, se confirmado, representa apenas 1,7% da receita anual do setor . Trata-se de uma perda relativamente pequena, mas não desprezível.

O estudo analisou apenas os segmentos mais sensíveis à compra por impulso, por serem os que sofrem pelo consumidor não passar em uma loja naquele dia após o almoço, ou no fim do expediente, para comprar algum produto. No caso do comércio de bens consolidados — veículos e eletrodomésticos, por exemplo — as compras geralmente são programadas, ou seja, se o consumidor não adquirir durante o feriado, ele comprará em outro dia, não havendo,portanto, perda para o comércio.

COMO AMENIZAR AS PERDAS

O calendário está pronto, e todos sabem com antecedência, não tendo nenhuma surpresa. Os empresários que lidam com redução de consumo nos feriados, ou até o fechamento do negócio, devem montar estratégias para conseguir faturar a meta do mês nos outros dias de mais movimento.

Para o Sincomércio , uma maneira de aumentar ganhos é atrelar a venda a um benefício no setor de Serviços, ou seja, o consumidor compra um produto e ganha uma atração — como ingresso para cinema e parque no feriado. Para isso, é necessário fechar parcerias. Outra alternativa é oferecer descontos mais agressivos nos dias que antecedem o feriado.

ESTIMATIVA DAS PERDAS DE FATURAMENTO COM FERIADOS POR ATIVIDADE

NA REGIÃO DE ARAÇATUBA Fonte: FecomercioSP (quadro abaixo)